
O Bank of America adverte: S&P 500 ainda está caro com a queda nos lucros
Os estrategistas cambiais do Bank of America (BofA) levantam uma questão pertinente: por que o índice S&P 500 continua caro, mesmo com a queda dos lucros corporativos?
De acordo com os analistas do banco, embora o S&P 500 tenha recuado 7% desde seu pico anterior e as estimativas de lucros para 2025 tenham sido revisadas para baixo em quatro pontos percentuais, o índice ainda permanece “estatisticamente caro em quase todas as métricas”.
O BofA atribui a pressão sobre o índice à crescente instabilidade política, à volatilidade nas margens das empresas americanas e ao aumento da exposição a operações com múltiplos ativos.
Além disso, os estrategistas destacam uma mudança no comportamento dos investidores: europeus estão priorizando ações locais em detrimento das americanas. Segundo o banco, as ações dos EUA estão atualmente sendo negociadas a 20 vezes o lucro futuro — contra 14 vezes na Europa — o que representa o dobro do prêmio médio histórico.
Apesar da avaliação elevada, o BofA aponta vantagens estruturais relevantes das ações americanas, como balanços corporativos mais sólidos, maior transparência corporativa e o papel do dólar como moeda de reserva global.
Ainda assim, os analistas alertam para riscos emergentes, sobretudo no setor de tecnologia. Mesmo diante dessas incertezas, o banco mantém uma visão otimista de longo prazo para as ações dos EUA, especialmente entre as empresas de grande capitalização. A instituição conclui que, uma vez superada a incerteza tarifária, um fluxo sustentado de capital pode até gerar um otimismo excessivo em relação às ações europeias.